Regressei à zona a norte da linha vermelha, onde vemos muitas mais pessoas, muitas mais habitações e muita mais agitação. Rundu, a segunda maior cidade da Namibia que contrariamente às duas que visitei antes (Tsumeb e Grootfontein) não foi planeada, portanto as ruas convergem atabalhoadamente para o centro que neste momento é a zona dos grandes supermercados, Spar, Shoprite, Pick and Pay, conseguimos encontrá-los por todo o lado deste país, mas a parte interessante neste local é que também o mercado de rua pervalece, com alimentos, bebidas, roupas, tudo o que se queira conseguesse encontrar.... Eu comecei com uma refeição típica no mercado local, porque além das bancas de rua, existe também o mercadito com bancas próprias, no entanto, tudo fica sobreposto, deixando pouco espaço para passarmos e as estreitas passagem parecem todas iguais, o suficiente para seguir atrás da couchsurfer que me ia receber e quando tentei fazer o caminho de regresso, dei comigo perdida, entre as bancas....
Quando finalmente encontrei o meu rumo avistei um camião daquelas megas viagens organizadas, com o pessoal calmamente a fumar cigarros e a beber refrigerantes, a poucos metros do reboliço entusiástico da cidade, senti e pensei, felizmente estou a percorrer os outros caminhos...
Percorri a pé parte da cidade e finalmente cheguei a Rundu beach, por incrível que pareça ainda não me banhei, nem no Atlântico, nem em nenhuns dos rios e quando encontrei este ponto no mapa pensei será aqui... depois indicaram-me que poderiam existir crocodilos e lá desisti... No entanto, estas margens do rio Okavango separam Angola da Namibia e para muitos viajantes que não conseguem entrar em Angola este é um dos locais que mais próximos os deixa da outra margem...
Inicialmente, segui para Rundu especialmente para me encontrar com esta couchsurfer, que indicava que teria uma experiência original, pois a sua habitação era numa aldeia típica, mas, por momentos, pensei que não chegaria a vivê-la pois seguimos para um lanche/reunião da comunidade americana.. uma experiência diferente que também me permitiu perceber o que os estrangeiros vivenciam e estando eles ligados ao ramo da saúde e educação, foi preocupante perceber os níveis de HIV que existem e o quanto as mentalidades ainda terão de mudar, para se afastarem da calamidade, a esperança de vida decresceu bastante desde a independência e muitas crianças estão órfãs, devido a esta doença que afecta mais de 10 % da população entre os 15-49 anos... sendo este um dos piores países no mundo, apenas superado pelos seus vizinhos....
No entanto, não deixamos de pernoitar na sua cabana encantadora e de manhã partilharmos um café depois de um refrescante banho de caneco.... Aqui estava eu a experienciar como a grande maioria da pessoas vive na namíbia e ao contrário do que pensava para uma casa de 2x2m tem tudo o que se precisa e um conforto extraordinário :D
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