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segunda-feira, 16 de março de 2015

Garden Route

Um must, ou melhor toda a voltinha que os turistas fazem.....

Começámos por Mossel Bay e ficamos num hostel a 13 km em Little Brak..... super calmo, com um rio a desaguar no Oceano Índico... Aqui a água ainda não é quentinha e a vista, hum parece um deja vu, um alentejo em África, ou melhor na África do Sul....




Mossel Bay é também o local onde Bartolomeu Dias desembarcou e percebeu que tinha "quebrado" o cabo... finalmente sabíamos como o ultrapassar... tem um museu dedicado e mais uma cvez a companhia do Bacalhau ofereceu um painel, onde só quem sabe a língua de Camões consegue compreender... Nunca vi um local onde tanto se honra a bravura e mestria dos portugueses, até uma réplica da caravela utilizada por Dias existe. Construída em Vila do Conde e navegada por metade portugueses, metade Sul Africanos com um comandante luso descende....



Também, mativeram debaixo de uma árvore o primeiro sistema de correios utilizado, onde as mensagens eram deixadas dentro de um velho sapato, pendurado numa árvore..

Depois seguimos para Knysna, outra vez um rio a desaguar no oceano, no entanto desta vez temos uma lagoa de água cristalina... uma alteração e de facto uma lagoa que é obrigatório visitar e apreciar...



Almoçamos na marina, onde pedimos o prato, que melhor fazem, calamares!!!


Visitamos também Pletteberg Bay, sem novidade o rio a desaguar no oceano, mais uma praia, mais uma vista deslumbrante...


Depois coloquei à prova o meu instito radical e por duas vezes tive-o marcado, mas a coragem fugiu e não dei o salto de fé dos 216 m, da ponte mais alta que existe no bungee jumpee... não podemos fazer tudo à primeira, para este terei de regressar...


E terminámos em Tsitsikamma, onde o storms river é rei e sr, e as atividades radicais abundam, até podemos dar um passeio de segway todo o terreno, mas optámos  pelo black water tubing... depois do rafting em barco (Honduras) e sem o mesmo (Nicaragua), fí-lo numa pequena bóia, que nos dá o falso sentimento de estarmos seguros a algo que flutua, mas mesmo assim nos viramos e me desorienta nas águas ferozes deste rio.... 





sábado, 14 de março de 2015

Overberg

Assim como nós temos as províncias também a África do Sul, tem diferentes nomes para cada área.

A Sandra veio visitar-me a aproveitarmos para alugar um carrito e percorrer a costa este. Começamos pela Península do Cabo ou Cape Península e seguimos para o Overberg. Esta é a área que segue desde a Cape Península até Still Bay.

Aqui fizemos 3 paragens e que paragens:

Betty´s Bay

Apesar de termos pernoitado em Simo´s Town a cidade dos pinguins, a quantidade de turista é em demasia e assim arriscamos vê-los na Betty´s Bay. O parque encerra às 17h, chegamos próximo das 18h,  fizemos kms e agora não vamos ver os pequenotes L ... não fizemos a passadeira própria para os turistas, mas eles não se incomodam e veem  até nós... Este pinguim Africano mede aproximadamente 65cm e é uma criatura simplesmente adorável e fascinante. Ver pinguins a andar na relva e a esconderem-se no relvado das habitações não era o que tinha em mente, mas é a realidade nesta cidade....





Gaansbai

Seguimos para outra criatura do mar, mas um pouco maiorzinha... Aprendi que quando ataca não se mostra antes, portanto o filme do Spielberg é pura ficção... a barbatana é assustadora mas na realidade e comprovado na primeira pessoa, este monstro quando sai da água para apanhar a presa não se deixa ver antes, pelo menos não ficamos na ansiedade crescente, morremos de susto de uma  só vez. Felizmente mergulhamos numa gaiola que nos protege, mas estar a menos de 1 m do grande tubarão branco é sem dúvida muito marcante ....




Cabo Agulhas

Por último terminamos na ponta mais a sul do continente Africano. Os Sul Africanos prenunciam qualquer coisa do género Agalas, mas para mim este cabo tinha nome Tuga. Até que se confirmou, foi nomeado por nós, claro está, e porque “aí nula a declinação magnética, a agulha da bússola orientava-se segundo a linha norte-sul geográficos.”

De agora em diante veremos o Índico  e deixaremos para trás o Atlântico, ou por outro lado a água deixará de ser gelada via corrente desde a Asia....





sexta-feira, 13 de março de 2015

A Península do Cabo

"As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana"

Para trás deixei um país na crise, recuei 5 séculos e voltei aos tempos de glória. 

Bartolomeu Dias batizou-o de Cabo das Tormentas, mas o rei D.João II nomeou-o Cabo da Boa Esperança e assim os portugueses iniciaram uma jornada que nos trouxe fama e glória e demos o primeiro passo rumo à globalização.....

Desde criança que ouvi falar neste lugar, mas no meu imaginário estava longe, muito longe e talvez alcançável apenas para os bravos e resistentes que viajassem por África para alcançar o seu ponto mais a sudoeste....

E com muita emoção, nervos, alegria... com o peito cheio e o coração apertado também o alcancei, primeiro a tormenta e depois esperança... cá sigo eu nesta maravilhosa jornada, com muita vontade, energia e desejo de ir mais além.....











domingo, 8 de março de 2015

Cape Town

Ainda na Namibia, em Luderitz conheci 3 sul Africanos de Cape Town, todos me disseram que Cape Town é a melhor cidade do mundo, será que irá para o meu Top 3?

Claro que para mim Lisboa é a melhor cidade do mundo, seguida pelo Rio de Janeiro, será que a Cidade do Cabo ficará nesta lista?

Esta era a questão que me perseguia.... Quando deixei a Namibia rumei para a cidade com a boleia do Ken, que em vez de me levar diretamente, parou para um almoço fast food, com vista para a Table Mountain. Comecei a sentir a vibração da cidade, da praia, milhares de kite surfers, o azul turquesa do oceano... Tive logo ali vontade de mergulhar na água, mas o vento impunha um certo respeito, assim como as gaivotas que não respeitam os turistas, não é só nas berlengas...


Qualquer cidade que me impede de caminhar com a câmara na mão dificilmente será a minha cidade para morar, e todos me avisam para me manter atenta, mas, mesmo assim consegui registar imensos momentos e em muitos locais conseguimos esquecer-nos que estamos numa capital perigosa e com uma criminalidade de impor respeito...








Se olharmos para a atividade física e pensarmos na quantidade de atividades que podemos fazer na cidade, Cape Town será sem dúvida a número 1. Nunca encontrei uma cidade com tanto para oferecer nesse aspeto. Correr, caminhar,andar de bicicleta, mar, surf, vento....Tudo o que um desportista pode sonhar e mais, ao alcance de alguns minutos....

Temos o signal Hill, onde podemos caminhar ou simplesmente guiar, pois a estrada permite-nos chegar ao seu topo, pouco acima dos 300m. 
Para além de uma das vistas privilegiadas para a Table Mountain, vemos o Sea Point, toda a marginal, assim como o estádio construído para o mundial  2010. Aqui, temos também a rampa de lançamento  para quem se aventura pelos ares....



A exigir uma pouco mais de destreza física temos o Lion´s Head, acima dos 600m, com uma vista panorâmica 360º sob a cidade e que também é conhecido pelas caminhadas na noite de lua cheia... à noite podemos ver as luzinhas que sobem e descem nas rochas... Sim rochas, porque boa parte do caminho é quase considerado escalada, existindo alguns que optam por essa via e alcançam o topo em pés de gato .... outros caminham com os bebés às costas nas mochilas, próprias para tal....





Por último a table mountain, que no seu ponto mais alto supera os 1000m e que permite uma caminhada exigente, ou um elevador panorâmico, ou um misto, como fiz após caminhar 4 horas para alcançar o topo... Estas montanhas estão nas 7 maravilhas da natureza e sem dúvida que percebemos o porquê e o sentimos na sua grandeza....



Tudo isto sempre no centro da cidade.....

Por outro lado, temos o peso da história, da separação de raças, da divisão em 4 grupos: brancos, negros, mulatos e asiáticos... um mundo em que cada um tinha a sua identificação pessoal, onde apenas podiam socializar e percorrer os locais adequados para a mesma "raça", onde muitos foram despojados dos seus lares e transferidos para os arredores, deixando o centro apenas para os que se consideravam senhores merecedores de tal.... Temos a luta de muitos, personalizada em Mandela e em Robben Island onde passou muitos anos privado de liberdade, não tantos quanto a maioria das pessoas na  sua "liberdade" diária. O Apartheid terminou à 20 anos, mas as diferenças sociais permanecem e talvez por isso exista tanto para melhorar...