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sábado, 14 de fevereiro de 2015

Sossusvlei Part II

No segundo dia acordámos bem cedo, 2 horas antes do nascer do sol, para o vermos, no cimo de uma duna.

Ainda as portas do parque não tinham aberto e já estavámos na fila para entrar...

O nosso Polo foi o mais rápido a percorrer os 60km que separam o parque de campismo das dunas, no entanto a recta final, 4 km apenas é acessível em 4x4 e quando lá chegámos o shuttle ainda não estava a funcionar... Percorremos a pé a parte inicial até que apareceram os rangers, no entanto os 4€ que nos pediram pareceram muito e decidimos continuar... A questão é que na areia tudo demora muito mais tempo e quando finalmente chegamos já estavam pessoas no topo...

Quando o sol aparece a luminosidade já é bastante e acabei por lembrar sempre isso ao meu colega de viagem, quando olhava para mim em fúria pela minha forretice... é verdade foi asneira, mas pelo menos percorremos o caminho e andámos o suficiente para derreter o muffin do pequeno-almoço :D

Seguimos para o Deadvlei, onde bastantes árvores permanecem apesar de a água à muito não lhes tocar, o chão está ressequido e as árvores aparentam que morreram à muito tempo, dando um dos mais bonitos postais que encontramos da Namibia...

Enquanto fotografava cá em baixo o meu corajoso companheiro de viagem, subiu até ao topo demorando menos de 1 min a descer até ao meu encontro...

Por último, subimos a duna à qual atribuíram o nome de Sossusvlei que acaba por ser o nome de todo o vale e percebemos que éramos os últimos que por ali permanecíamos... O chão estava já todo calcado, uma felicidade pois o esforço para subir foi menor, não tirando nada à sua fantástica beleza!!! 












sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Sossusvlei Part I

Existem lugares que nos surpreendem, que nunca ouvimos falar e gostamos, existem outros que permanecem no nosso imaginário e temos de um dia os conseguir experienciar ao vivo... depois existem outros que nunca ouvimos falar, mas apartir do momento que ouvimos temos de os alcançar, normalmente acontece quando pesquiso numa nova viagem....Sossusvlei é um lugar assim, nunca tinha ouvido falar até começar a informar-me sobre a Namibia, depois é um "must to", começamos a ouvir relatos, pessoas que acabaram de chegar, outras que planeiam ir, outras que nos querem descrever até ao minímo pormenor, enfim....parece que de um momento para outro a Torre Eiffel deixou de existir, assim como a estátua da Liberdade e todos os caminhos não dão para o Coliseu, mas para o deserto....
A questão é que Sossusvlei, o qual demorei no minímo uma semana até conseguir pronunciar, fica no meio do nada, onde a próxima cidade são a 300km e até lá temos estradas de gravilha...

Conheci o Ralf e tentámos uma manhã sem sucesso à beira da estrada conseguir uma boleia... todos os carros que pararam, a maioria militares, iam andar menos de 10km, onde acaba o pavimento alcatroado e começa a longa estrada que naquela manhã quase ninguém atravessou...

Conseguimos identificar uma viatura que seguia por certo para lá, dois rapazes tiraram-nos fotos na estrada com o sorriso de quem já tinha lugar reservado para o pôr do sol nas dunas...

Pois nós tb o teríamos se quisemos pagar 200€, mas como somos dois pé rapados, pensamos que conseguiríamos outra alternativa...

E foi assim que após horas de espera e com a única sombra a escassear, decidimos desistir, deixar de resistir e alugar uma viatura.

Precisávamos de um 4x4, aliás algumas agências apenas alugam esse tipo de viatura para esse caminho, mas mais uma vez o valor falou mais alto e alugamos um polo, numa agência multinacional que nem quer saber para onde o levamos, desde que chegue intacto...












Total da viagem a Sossusvlei, Cape Cross, Burnt Mountains, Petrified Forest, Twyfelfontein, Organ Pipes e Spitzkoppe, ficou a rondar os 300€ cada, mas com ricas experiências pelo meio e com a Duna 45 só para nós no pôr do sol no deserto....priceless..

Valeu a pena os mais de 2500km percorridos em 4 dias, assim como as expectativas foram alcançadas e superadas, o que nem sempre acontece, tendo presente o esforço envolvido, o cansaço e até a pipa de massa....

Mas o deserto provoca em mim o mesmo que o Oceano, tem a sua magicalidade, as mesmas ondas e a mesma capacidade para não imaginarmos onde termina, porque não lhe conseguimos ver o fim....








Por outro lado, é muito cansativo, desgastante e põe-nos totalmente à prova e que ridículo pensar que quando chegasse ao topo me apeteceria fumar um cigarro enquanto contemplava o pôr do sol, apenas quero recuperar o fôlego....

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Swakopmund

Em Swakopmund permaneci por 6 dias! Aqui encontrei o oceano e uma paisagem semelhante à nossa, com a pequena/gigante particularidade de entre a cidade e o oceano se encontrar o deserto e as dunas....



Por várias vezes realizei a viagem entre Sawkopmund e Walvis Bay e é uma paisagem que poderia ver todos os dias, que por certo não me cansaria. Aliás numa dessas viagens conheci um sul africano que me indicou exactamente o mesmo, só quem experimenta conduzir os 40 km que as distancia consegue compreender....


A magia das dunas e do deserto, a areia que nunca mais termina assim como o oceano... 


A cidade em si é uma cidade "europeia"....





 

 .....mas no final do dia, como uma rumaria vários negros se afastam do centro. Num desses dias segui-os, muitos olharam desconfiados e até meteram conversa perguntando o que fazia por ali, menti, disse-lhes que regressava do trabalho para casa, como eles... continuaram a suspeitar, mas, na sua simpatia disseram que se assim era, talvez nos voltássemos a encontrar...aqui, nos seus arredores a essência de África onde os miúdos brincam descalços em casas construídas apenas para abrigo e com poucas condições... mais uma vez a maioria negra vive nos arredores, sendo o centro habitado maioritariamente por brancos, aliás no bar da praia ao final do dia enquanto contemplava o pôr do sol dei por mim a tentar encontrar negros e apenas os empregos o eram...só depois de percorrer esse caminho vemos o outro lado, senão seria uma qualquer cidade espanhola ou portuguesa à beira-mar plantada....






domingo, 8 de fevereiro de 2015

Walvis Bay

Fui visitar Walvis Bay, com uma voluntária Alemã com quem partilhava o quarto em Swakopmund, após um dia da minha chegada.  Walvis Bay é uma das 3 cidades costeira de toda a Namíbia, mesmo com + de 1.500 km de costa apenas 2 localidades foram construídas em pleno deserto do Namib, deserto que avistei pela primeira vez ainda em Angola no Namibe.

É este deserto que atribuíu o nome ao país e também à província localizada no sul de Angola.

Fomos à boleia até a Duna 7, considerada uma das maiores do mundo, um centro de actividades radicais, mas para nós, para já foi apenas um passeio. No centro de actividades radicais, temos expostos recordes....menos de 4 minutos para subir a duna, parece-me uma tarefa impossível para uma mulher, mas não foi apenas uma a consegui-lo e os homens já estão com menos de 3 minutos. Pois, nem que fossem degraus demoraria tão pouco tempo....





Próximo da duna temos o Bird Paradise...



...águas estagnadas que concentram centenas, senão milhares de flamingos, sendo um paraíso para os birdwatchers, aliás nesse fim-de-semana estava a decorrer um evento em que as pessoas tentavam contar os passaritos , algo que não me parece tarefa nada fácil....ou divertida... mas cada um tem os seus passatempos :D

A cidade em si, é o porto do país onde é descarregado toda a carga marítima, assim como todo o que é exportado tem aqui a sua porta de saída, portanto, como seria de esperar os contentores são o que mais se avista, mas perdido ainda existe espaço para um pouco mais de lazer, contíguo com o porto temos uma baía com um pequeno cais turístico e alguns restaurantes,a pequena parte da cidade onde se sente relax.....









quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Rundu

Regressei à zona a norte da linha vermelha, onde vemos muitas mais pessoas, muitas mais habitações  e muita mais agitação. Rundu, a segunda maior cidade da Namibia que contrariamente às duas que visitei antes (Tsumeb e Grootfontein) não foi planeada, portanto as ruas convergem atabalhoadamente para o centro que neste momento é a zona dos grandes supermercados, Spar, Shoprite, Pick and Pay, conseguimos encontrá-los por todo o lado deste país, mas a parte interessante neste local é que também o mercado de rua pervalece, com alimentos, bebidas, roupas, tudo o que se queira conseguesse encontrar.... Eu comecei com uma refeição típica no mercado local, porque além das bancas de rua, existe também o mercadito com bancas próprias, no entanto, tudo fica sobreposto, deixando pouco espaço para passarmos e as estreitas passagem parecem todas iguais, o suficiente para seguir atrás da couchsurfer que me ia receber e quando tentei fazer o caminho de regresso, dei comigo perdida, entre as bancas.... 



Quando finalmente encontrei o meu rumo avistei um camião daquelas megas viagens organizadas, com o pessoal calmamente a fumar cigarros e a beber refrigerantes, a poucos metros do reboliço entusiástico da cidade, senti e pensei, felizmente estou a percorrer os outros caminhos...

Percorri a pé parte da cidade e finalmente cheguei a Rundu beach, por incrível que pareça ainda não me banhei, nem no Atlântico, nem em nenhuns dos rios e quando encontrei este ponto no mapa pensei será aqui... depois indicaram-me que poderiam existir crocodilos e lá desisti... No entanto, estas margens do rio Okavango separam Angola da Namibia e para muitos viajantes que não conseguem entrar em Angola este é um dos locais que mais próximos os deixa da outra margem...




Inicialmente, segui para Rundu especialmente para me encontrar com esta couchsurfer, que indicava que teria uma experiência original, pois a sua habitação era numa aldeia típica, mas, por momentos, pensei que não chegaria a vivê-la pois seguimos para um lanche/reunião da comunidade americana.. uma experiência diferente que também me permitiu perceber o que os estrangeiros vivenciam e estando eles ligados ao ramo da saúde e educação, foi preocupante perceber os níveis de HIV que existem e o quanto as mentalidades ainda terão de mudar, para se afastarem da calamidade, a esperança de vida decresceu bastante desde a independência e muitas crianças estão órfãs, devido a esta doença que afecta mais de 10 % da população entre os 15-49 anos... sendo este um dos piores países no mundo, apenas superado pelos seus vizinhos....

No entanto, não deixamos de pernoitar na sua cabana encantadora e de manhã partilharmos um café depois de um refrescante banho de caneco.... Aqui estava eu a experienciar como a grande maioria da pessoas vive na namíbia e ao contrário do que pensava para uma casa de 2x2m tem tudo o que se precisa e um conforto extraordinário :D