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sábado, 31 de janeiro de 2015

Tsumeb

É uma cidade mineira e a maior cidade da sua região, Oshikoto, com hospital e aeroporto, mas tem apenas 15.000 habitantes. 


Esses habitantes estarão certamente habituados a estas temperaturas, mas próximos dos 30ºC ainda pela manhã, não é a situação mais agradável, pelo menos para mim....tanto mais que esta é uma cidade sem mar ou rio, portanto comecei a suar e a transpirar imenso, logo bem cedo...e foi com a cabeça encostada à ventoinha que a sra que trabalhava no Arts and Crafts de Tsumeb me encontrou...


É um lugar mt agradável, mas a maioria das suas lojas já encerrou, restando apenas uma... Comecei a conversar com a sra, que me perguntou de onde era, o qual indiquei Portugal, em seguida questionei se conheceria mts portugueses. A sua resposta surpreendeu-me, pois indicou que bastantes... Contou-me também que quando os portugueses cá estavam levaram algumas mulheres e crianças, e que na sua família existiam raízes portuguesas, pois algumas das mulheres tinham sido levadas. Recordava que a sua avó era bem baixinha, assim como tu, disse-me .... e que mt gostaria de conhecer Portugal e as suas origens. Convidei-a a visitar o país e dei-lhe o meu número de telefone português, só aí nos apresentamos, indicou-me que não se iria esquecer do meu nome, pois a sua irmã tem o mesmo, e disse-me que se chama Alma. Perguntei-lhe se sabia que esse nome tem significado em português e se sabia qual, disse-me que não e aí expliquei-lhe....ficou encantada....






quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Windhoek

Após 1 mês no Namibe, quando se chega a Windhoek parece que estamos nas grandes capitais do mundo! Aterrei de imediato no mercado de artesanato, com um bar que embaraçava mts bares lisboetas, aliás a sua grande maioria para ser franca, com música chill out com ritmos africanos, simplesmente fantástico.


A cidade tem imensas lojas e muitas hipóteses de souvenirs. Recordo que no Namibe foi-me impossível encontrar um postal para enviar...




Percorri os seus museus: galeria de arte moderna, o museu da liberdade, ainda com menos de um ano  de existência e  por momentos abstrai-me que estava em África... 



...mas depois percebi a dura realidade de quem só recentemente se tornou independente e que viveu o apartheid.







A cidade tem todas as infra-estruturas, mas a grande maioria da população..





...negra, foi colocada no Katutura, que significa em Herero "We have no permanente place" ou "The place we do not want to settle".  Portanto, existia e ainda permanece uma distinta separação através da cor.

Por incrível que pareça esta próxima foto foi registada em África e não numa aula de ginástica na Suécia ou Finlândia.


Outra situação muito estranha é o facto de praticamente não existirem passadeiras...em conversa com um português que encontrei, riu-se e disse-me: "todos eles andam de carro, os brancos claro"..



domingo, 25 de janeiro de 2015

Etosha

É uma reserva com + de 22.000 km2 de área, onde ainda é possível ver os "The Big Five", ou seja, o Elefante, o Bufalo, o Leão, O Rinocerante e o Leopardo. Mas, além destes muitos mais animais podemos observar no seu habitat natural, onde somos nós que nos deslocamos ao seu encontro. Estradas, não pavimentada, mas em excelentes, podem ser utilizadas, nem um 4x4 é necessário, apenas existem algumas premissas: não colocar os bracinhos de fora, nem o resto do corpo,  apenas parar nas áreas designadas para tal e ter alguma sorte. Nesta imensidão os animais podem estar em todo o lado. Na epóca seca, passamos mesmo junto aos bebedouros, onde a probabilidade é maior de avistar os vários animais. Como na véspera da minha visita choveu intensamente,  existe água por todo o lado e nos bebedouros apenas encontrei as girafas!!

Mas não foi só ali que as avistei, tb a alimentarem-se junto a estrada e mesmo à nossa frente, não resisti e tentei uma selfie com a girafa, colocando temporariamente metade do corpo de fora do jipe, aqui está a minha sorte, nenhum outro animal se aproximou :D

Além da simpática girafa, consegui ver um elefante, muitas gazelas, zebras,  algumas avestruzes com os seus filhotes, oríxes, impalas e gnus!












O etosha fica abaixo da red line, uma fronteira pela qual toda a carne pode sair para norte, mas não entra rumando a sul, existindo assim uma separação dentro do próprio país.

Mas não é apenas esta condição que o separa, quando entrei na namibia proveniente de angola um angolano comentou o seguinte até à red line ainda é Angola, depois é que entramos na Namíbia.

Para mim são duas realidades mt distantes, para norte dessa linha temos mt vida, mts casas de chapa e adobe, mts pessoas na rua, vacas, bois, ovelhas e até burros que parece serem bastante apreciados como refeição. Quando entramos no outro lado, temos vedações dos dois lados da estrada e nada de casas excepto nas poucas cidades que cruzamos, fora isso toda a terra tem dono e estava vedada, possivelemente apenas para nós não entrarmos, porque os animais mesmo assim saltam a cerca... Nunca percorri tamanha dimensão sem ver pessoas ou habitações... 

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Oshikango

Existe sempre muita curiosidade quando estamos a passar uma fronteira. Depois de várias opiniões, finalmente terei a minha própria!!

Saí de angola debaixo de muita chuva e a Namibía recebeu-me também com uma queda de água brutal... depois de tantos dias no Namibe, a chuva já não fazia parte do meu novo dia-a-dia. 

Chuva com calor, à muito que não sentia. Recordam-me outros tempos pela America Central e do Sul. Com os pés ensopados corri para a imigração Namibiana e aí preenchi o formulário, questionaram quanto tempo iria ficar, indiquei uma semana e assim só me deram autorização para 7 dias, nem mais um. Tinha lido que os turistas Europeus têm acesso a 3 meses, agora terei de ir em Windhoek tentar extender este prazo :S

Por hoje o objectivo é dormir mesmo na fronteira em Oshikango e seguir viagem amanhã. Fiquei num hotel muito simpático que me permitiu um excelente banho de água quente, regalia que não obtive durante a minha estadia em Angola.. 
Hotel Princess

Da janela do meu quarto via umas pequenas habitações que tive uma enorme vontade de visitar. Peguei na máquina e lá fui eu.. pelo caminho lamacento, a enterrar os ténis, a patinar e chapinhar na terra ainda alagada. 

Encontrei uma rapariga e uma sra que muito curiosas me questionaram o que por ali fazia, expliquei-lhes que estava apenas a visitar e assim ganhei a sua companhia, mostrando-me onde ficavam as suas casas e apresentando-me aos vizinhos que cruzamos :D

Disseram-me que para tirar fotos devia sempre pedir, pois muitos não gostavam ou eram supersticiosos, mas mesmo isto foi complicado entender, porque apesar da língua oficial na Namibia ser o inglês elas falavam o Oshiwango e, até arranhavam o português, quase tanto como o inglês..